Apenas 2.487 torcedores pagaram para ver a vitória dos reservas por 2 a 0, na noite de quarta-feira. Marca é menor que a metade da anterior: 5.934, para Flu x Resende
A torcida do Flamengo protestou nas primeiras rodadas, as organizadas se recusaram a ir a alguns jogos, outros rubro-negros interpelaram o presidente Eduardo Bandeira de Mello em um jogo de basquete, e, por fim, uma atitude mais drástica: não comparecer ao estádio para apoiar o time. Com apenas 2.487 pagantes (3.376 presentes), o clube registrou, na vitória por 2 a 0 sobre o Madureira, na noite de quarta-feira, pela nona rodada do Carioca, o pior público desde a abertura do novo Maracanã. A marca, por sinal, é menor que a metade da anterior: 5.934, em Fluminense x Resende (em 2013, o recorde negativo era do Botafogo, com 6.272, diante da Ponte Preta, pelo Brasileirão).
Com uma escalação somente de reservas e uma partida televisionada em TV aberta, os rubro-negros não se dispuseram a pagar de R$ 60 a R$ 160 (inteira) para acompanhar o duelo com o Tricolor Suburbano - sócios-torcedores podiam pagar até R$ 15. Diante dos valores, a renda foi de R$ 117.620,00, também menor do que a duelo entre Flu e Resende: R$ 140.250,00. O Tricolor das Laranjeiras, por sua vez, agiu rápido, baixou o preço dos bilhetes, e registrou 13.582 na partida seguinte contra um pequeno no estádio, o Boavista.
Até então, o pior público do Flamengo no Maracanã tinha sido diante do Bahia, pela 29ª rodada do Brasileirão: 8.474. O valor dos ingressos, por sinal, sempre foi um fator de divergência entre clube e torcedores, que acusam a diretoria atual de números que não condizem com a realidade e até de aumentos abusivos. Foi o que aconteceu na decisão da Copa do Brasil, contra o Atlético-PR, quando os preços cheios variavam de R$ 250 a R$ 800. A decisão, por outro lado, registrou o maior público entre clubes do estádio da final da Copa de 2014: 59.991 pagantes.
Com time reserva diante do Madureira, Flamengo viveu uma noite de quarta-feira com Maracanã vazio.
(Foto: Alexandre Cassiano)
(Foto: Alexandre Cassiano)
Passada a empolgação com o título nacional, boa parte da torcida resolveu não aceitar os valores apresentados para 2014. Nas primeiras rodadas, a Associação das Torcidas Organizadas do Flamengo (Atorfla) chegou até mesmo a divulgar uma nota oficial informando que os grupos não compareceriam por discordarem dos preços. Contra o Madureira, por sua vez, a ausência foi a maior dos últimos tempos no Maracanã, e até mesmo Jayme de Almeida deixou claro o incomodo por ver o principal palco do futebol nacional praticamente vazio.
- Fazer um espetáculo sem torcedor, qualquer que seja o estádio, é muito ruim. A motivação, a energia, o frio na barriga, que é normal, em um estádio vazio cai muito, cai até o espírito do jogo. É uma pena jogar no Maracanã com tão pouco público. Eu tive a oportunidade de jogar neste estádio com muita gente na maioria das vezes. É um momento nostálgico, mas alguma coisa tem que ser feita. Botar o time em campo com tão pouca gente, se gasta muito dinheiro. Temos que procurar que os jogos possam dar sustentação com renda, essas coisas. A motivação é outra. Não vou dizer que é desanimador, mas se está cheio o espetáculo estaria diferente.
Fora do Maracanã, o Flamengo registra um público ainda pior como mandante neste Carioca: 2.459 pagantes, diante do Macaé, em Volta Redonda. Já a partida com menos testemunhas aconteceu diante do Boavista, com 991 pagantes, em Moça Bonita, com o clube de Saquarema como responsável.